25 de dezembro de 2010

Feliz Natal 2010




My Stick Family from WiddlyTinks.com

Shalom!!! (Olá em Aramaico)

É com saudades, com muitas saudades que volto a postar, a partilhar com todos os que por aqui passam as doces coisas da vida. Infelizmente não tenho tido tempo para respirar com a carga elevadíssima de trabalhos na universidade, no entanto o semestre já está no fim e com ele virão também os bons resultados do esforço despendido, o que é já motivo de satisfação (se tudo correr bem). Mas não deixa de ser motivo de desalento olhar para trás e ver que durante todo o semestre não fiz mais senão "dar no duro" contra todas as adversidades, não fazendo nada de puro deleite. 
Mas a vida é feita de problemas/obstáculos/desafios e de alegria/harmonia/paz portanto é da nossa condição deixar fluir, aproveitando o rumo do vento sem oferecer resistências. De nada valerá pedir que as tristezas acabem, pois estas são cíclicas, tal como a felicidade. "Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe" já dizia o provérbio e eu creio...
A verdade é que já estamos no Natal e eu não podia deixar de postar, pois que era uma grande falha para comigo mesma e com vocês que me visitam periodicamente...

Hoje vim falar um pouco da minha concepção de Natal e dos presentes que fiz para dar. Pois é, para mim o Natal tem sido sempre com a família à volta de uma mesa farta, estilo família italiana, em que toda a gente se enfia na cozinha a conversar no meio do vapor das panelas e dos cheiros das comidas. É a minha mãe vermelha do calor da cozinha, os vidros que escorrem água quente, o fumo dos cigarros que o meu pai fuma desalmadamente, as mãos cruzadas da minha avó a estorvar no meio da cozinha e a sua vivacidade inigualável com 90 anos, o humor do meu irmão, a gulodice da minha irmã e os bolos da minha mãe. É o cheiro de rua que entra pela sala trazido por alguém que foi buscar lenha, são os pêlos das gatas na capa nova do sofá, é a televisão sempre ligada e o meu pai à volta do bar. Têm sido as histórias de Angola e do Kalahari, as gargalhadas até as 3h da manhã, as pernas cruzadas do meu pai e o cinzeiro cheio, os cálices de vinho do porto a meio, os cafés a escaldar trazidos para a sala e a comida que não cabe na mesa. É a minha mãe à volta do forno de lenha, a correr com o cão da cozinha e a dar conta do recado. Tem sido assim... simples, rico, genuíno... Coisas que todos temos para recordar...
Este Natal o Edgar passou comigo em Vila Real, tornando-o mais completo e harmonioso, gesto que valorizei imenso da parte dele. Este ano decidi fazer os presentes de forma ecológica! Dei o que tinha para oferecer e dei também o meu simbolismo, optei por coisas úteis para a vida e com o mínimo impacto ambiental.  

O presente nº 1 para a minha irmã e cunhado - Conjunto de Especiarias (Winter Sweet, Oriental Flavor e Mélange D'omaine) e Conjunto de Morning Cereal e Leite de Soja *1 e 
*2


Cabaz de Natal com 2 livros de Culinária para aprendizes


Conjunto de Cereal Morning e Leite de Soja Artesanal


Conjunto de especiarias (Mélange D'omaine; Winter Sweet e Oriental Flavor)




Mélange D'omaine (Mistura Campestre)

Oriental Flavor (Sabor Oriental) e Winter Sweet (Doce Inverno)


Winter Sweet
O presente nº 2 para o meu irmão - Conjunto de Morning Cereal e Leite de Soja *2
Cereal Morning e Leite de Soja Artesanal


O presente nº 3 para a minha avó - Amêndoas torradas com mel *3
Doce de Amêndoas Torradas com Mel de Urze


O presente nº 4 para a minha mãe - 20 Pezinhos de morangueiro para plantar *4
O presente nº 5 para a minha mãe - Tillandsia aérea *5
O presente nº 6 para o meu pai - Beijinhos de Natal (Christmas Kissies), de chocolate e amêndoas e avelãs. *6

Christmas Kissies

Notas:
*1 Feitos com ervas biológicas, sendo o louro e o alecrim apanhado pessoalmente, seco e cortado à mão.
*2 O leite de soja é proveniente de grãos de agricultura biológica e foi feito manualmente por mim.
*3 O mel é de urze, da serra do Alvão, directamente comprado ao apicultor (que até é meu vizinho! LOL...)
*4 Provenientes de agricultura biológica, para dar morangos na Primavera!
*5 Para cultivar a cultura de outras plantas e de outras formas de vida.
*6 Feito manualmente através de barra de chocolate negro de70%, chocolate de leite e amêndoas moídas na hora.

Todos os produtos vêm com rótulo e com um livrinho que criei no computador e imprimi, no qual vêm as características do produto e as respectivas curiosidades. Os frascos foram comprados em várias lojas que os vendem assim vazios e prontos para utilizar. Tendo em conta o ambiente preferi imprimir em papel reciclado e apenas com tinta preta. Preferi não fazer embrulhos dado que é um desperdício, por isso usei um cesto de verga branco e para forrar o fundo do cesto utilizei as folhas de papel vegetal com que vinham embrulhados os frascos de vidro na altura da compra, ou seja, reutilizei algo que de outra forma iria para o lixo. Outra coisa importante é que depois de findo a utilidade do produto em si, (quando os cereais acabarem ou o leite ou as especiarias) os frascos poderão ser utilizados de novo em outras coisas. De igual forma o cesto de verga pode servir de organizador para objectos. Assim pode-se desenvolver a criatividade, reforçar o simbolismo do Natal, cortando com o consumismo e materialismo (obra do capitalismo) com pouco impacto ambiental (importantíssimo nos dias de hoje) e ainda ser original.

Todos gostaram muito do que receberam e elogiaram muito o facto de serem presentes alternativos (especialmente em tempo de crise). O meu irmão que não bebia leite de soja nem gostava, provou e adorou, sinal de que o leite feito à mão “é outra categoria”, como diz o meu pai. O cheiro que se desprendia dos frasquinhos de especiarias encantou quem os abrisse, dando logo vontade de os utilizar na comida. O meu pai à primeira não acreditou que fosse eu a fazer os bombons, mas lá tive algumas testemunhas que intercederam em meu favor e ficou deliciado, oferecendo a toda a gente para provar que estavam excelentes. A minha mãe ficou surpresa e encantada com os pés de morangueiro e diz ela: “Ai, que vou já plantar na Curtinha (A horta dos meus pais), que lindooooos, eu andava à procura disto e não encontrava !!!”
A minha avó julgava que eu tinha comprado o doce. Pôs-se logo a provar para avaliar a mestria, como diz ela. 

E para finalizar desejo uma continuação de Natal baseada na harmonia e na união a todos vocês e que pelo menos hoje nos dediquemos a observar a beleza pela beleza, a não guardar rancor de ninguém e a sermos simples e verdadeiros.








Um beijo de luz para todos! Feliz Natal !!!

Ruiva'